Saturday, October 10, 2009

2009 UCI Mountain Bike World Championships – Elite Masc.

Uma grande expectativa envolvia a prova da elite masculina naquela manhã de setembro em Camberra. Após literalmente cair de fraqueza e desidratação em Val di Sole, Julien Absalon já havia demosntrado toda sua força com a incontestável vitória na Olimpíada e o domínio completo da Copa do Mundo desse ano. Mas havia a lembrança de Val di Sole com todos aqueles suiços no pódio…

Após seis etapas da World Cup Absalon contava um segundo lugar (Pietermaritzburg), quatro primeiros lugares (Offenburg, Houffalize, Madrid e Mont-Saint-Anne) e um décimo sétimo, após problemas mecânicos em Bromont. Apesar da força de seus compatriotas, ultimamente tem sido Absalon contra OS suiços que sempre apresentam equipes muito equilibradas, com nível altíssimo e que realmente trabalham como equipe.

A seleção suiça chegou a Camberra com Nino Schurter (Scott-Swisspower), Florian Vogel (Scott-Swisspower) o então campeão do mundo Cristopher Sauser (Specialized), Martin Gujan (Cannondale) e Lukas Flückiger (Trek).   O protagonismo ficou, no entanto, por conta de Vogel e Schurter, perfeitos do ponto de vista tático.

No início da terceira volta o grupo da ponta passou de 14 atletas para apenas 7: Julien Absalon (FRA), Nino Schurter (SUI), Florian Vogel (SUI), Jose Hermida (ESP), Geoff Kabush (CAN), Marco A. Fontana (ITA)  e Emil Lindgren (SWE). Ainda na terceira volta mais 3 ficaram pelo caminho restando apenas 4 na disputa pelo título: Absalon, Vogel, Schurter e Hermida, que teve problemas mas conseguiu recuperar as posições perdidas e voltar a disputa por um lugar no pódio.

Schurter e Absalon atacaram na volta 5 e se isolaram na disputa pelo título, Hermida e Vogel travariam duelo parecido pela medalha de bronze. Uma das principais características do circuito, o vento forte, fez com que os dois pares de atletas deixassem para a última volta seus principais ataques. Um pouco mais cedo, Lene Byberg pagou caro pela opção de colocar a cara no vento sozinha e perdeu, no final da última volta, o título para Kalentieva mesmo com todos os problemas enfrentados pela russa.

Bem, Schurter e Absalon trocaram ataques ferozes até que o suiço conseguiu entrar na frente no último singletrack e aplicou o xeque-mate no francês na reta do último ponto de apoio abrindo aproximadamente 10 metros para Absalon, vantagem que se manteve até o final.

“Eu nunca pensei que pudesse ganhar até o último ponto de apoio, quando ataquei e vi que tinha aberto uma pequena vantagem de 10 metros” disse Schurter que superou o francês por apenas 3 s. A decisão da medalha de bronze foi ainda mais apertada com Vogel superando Hermida por pouco mais de uma bicicleta.

“Nino fez um ótimo ataque e conseguiu abrir uma pequena vantagem. Eu cometi um erro e perdi uns 5 metros e então eu sabia que não tinha mais chances.” disse Absalon após a prova.

Além do trabalho tático no início da prova, quando os suiços quebraram o pelotão, Vogel poupou energia para garantir mais um lugar no pódio para seu país: “Até então eu estava em uma excelente posição para o Nino e para mim. No final eu sabia que o José (Hermida) tinha gasto um monte de energia pois ele estava realmente tentando alcançar Nino e Julien.”

Entre os brasileiros, mais uma vez Rubinho (Merida-Cateye-TMP) fez a melhor participação. Apesar de não conseguir repetir a ótima 25 colocação do ano passado, quando foi o 4º melhor atleta das Américas, conseguiu um bom 31º lugar, sendo o 6º melhor atleta das Américas. Fato positivo para o mineiro foi a queda da diferença entre ele e o primeiro colocado. Ano passado Rubinho chegou 10:32 após Sauser. Esse ano sua diferença para Schurter foi de 7:48.

Nosso campeão brasileiro de XCO, Edvando Souza Cruz (Astro-VZAN-Shimano-Giro), terminou na 53ª colocação, um pouco abaixo do 35º do ano passado mas também conseguiu reduzir sua diferença para o campeão em relação ao ano passado de 14:17 para 13:52. Vando foi, ano passado o 6º atleta das Américas. Esse ano foi o 11º.

Ricardo Pscheidt (Sundown Joinville – MTB) foi o 60º e não conseguiu terminar na mesma volta do campeão. Ano passado Pscheidt não participou do Mundial. Esse ano ele foi o 14º das Américas.

O relato dos brasileiros sobre sua participação você pode conferir no bikenamidia.

Um fato curioso foi que alguns atletas correram com apenas uma coroa e uma guia de corrente no lugar do cambio dianteiro. Até agora, como podemos ver nas fotos abaixo Absalon, os americanos Adam Craig e Sam Schultz e o canadense Geoff Kabush optaram pela configuração de uma coroa.  Será que o problema que o francês disse que teve tem haver com essa guia? Vamos esperar as expeculações.

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